domingo, agosto 30, 2009

Dias de preguiça

Passei todo o fim de semana a jogar GTA San Andreas online com malta de todo o mundo. Bebi 1,5l de Coca Cola em 30minutos(coisa que não havia bebido há anos, a sério), comi 2 pacotes de chips Lays e agora estou a digitar esse texto. Muito raramente me encontram nessas condições… Mas o problema é que eu já havia feito todas as cenas necessárias… O tempo livre… Porquê não aproveitar? Amanhã começa mais uma semana de muito movimento, e assim ficamos.

Ah, e hoje nem mexi um dedo, no que diz respeito aos treinos…

Amanhã vão observar que engordei por causa dos lanches à americana…

Dias como esses, irão surgir no vosso calendário. Tenham simplesmente algo com que se divertir. Fiquem bem.

quinta-feira, agosto 27, 2009

Problemas de Luz???

Hoje estou definitivamente passado!!! Os vizinhos que tenho já tiveram uma reunião comigo, e com os agentes imobiliários, mas ainda assim continuam a consumir mais electricidade do que o limite. Agora estou sem energia, e a cozinhar. Pronto, estragou-se o spaghetti. Por causa deles. Nunca aconteceu antes de eles ocuparem a casa de lado, que desgraçadamente possui um contador pré-pago partilhado. Eu há dias pressiono a agente, e o resultado? Nenhum.

Por isso mesmo aconselho para que não vivam em "repúblicas", do jeito que expliquei no tópico passado(click aqui). Resultado: má gestão de tudo quanto é conta.
Ah, terei que comer spaghetti quase crú.

terça-feira, agosto 25, 2009

Dia-a-dia


Cheguei cansado. São 20:00. Estava no estúdio provisório da agência em que ando, Catwalk Models. Até há bem pouco tempo estava sem motivação, mas agora estou melhor. Convidei a directora da agência para um chá à moda inglesa, para falar com ela sobre certos pontos que não me são claros, ainda, como a questão das graduações e até aonde pretende ela avançar comigo e com a agência. Nada tenho a escrever hoje, porque o dia correu bem, sem grandes imprevistos.
O chá está marcado para Sábado dia 29, as 15:00. Até agora sou o primeiro modelo a me aventurar a fazer isso, pois a directora psicológicamente leva os outros a entenderem que ela é que manda, eue ela é a superior. Mas isso a mim não atinge. Terei com ela uma conversa de adultos, e para que ela realmente saiba quem eu sou, de facto. Todavia, tenho que mostrar todo o respeito possível, pois acabei de convidar uma mulher casada e com três filhos, dois dos quais mais velhos que eu, para um encontro particular. A diplomacia não me falta, graças a DEUS.
Até agora, tudo deu certo, ela reagiu bem ao convite. A resposta vem dentro de dias, pois sei eu que ela é uma mulher ocupada, acima de tudo.

São agora 21:20. Vou comer a papa de aveia, e vou dormir. Amanhã é um novo dia.

sábado, agosto 22, 2009

Fenómenos Angolanos

Isso é um tema bastante polémico. Aos meus compatriotas angolanos. Vai endereçado um pedido de desculpas aos que se sentirem de alguma forma ofendidos, mas com certos hábitos que a malta tem eu não me acostumo. Vou retratar tudo aqui e agora.

1. Fenómeno Barulho. - Ha um mês atrás eu estava a digitar uns e-mails. Eram 23:25. De súbito sou estremecido pela música de Big Nelo: É Surra... aquilo parecia que haveria de desabar pra cima de mim. Então eu saio para ver o que se passa. Era uma "convivência" de vizinhos angolanos, que sem se preocuparem com a calma que reinava, resolveram fazer da noite uma algazarra. Eu nunca fui de barulhos mesmo em Angola, quanto mais aqui.
Eu sei como são as pessoas da minha terra. Arrogantes. Fui bater à porta dos vizinhos doutro lado(imaginem a minha figura, incomodar os outros àquela hora), para solicitar ajuda.
Pedi o número da polícia, pois esta normalmente controla situações desse tipo. A polícia não responde. E o vizinho diz, com tom triste:
"Aqueles são más pessoas. Vivem cá faz tempo, mas mesmo assim não aprendem. Experimenta falar com eles, se houver complicações, chama-me"
Eu até poderia me defender sozinho, mas se ele dissera aquilo, é porque conhecera a natureza das pessoas que alí residem... Lá fui ter com eles.
Deu certo. Disse que já estava a dormir e pedi para que baixassem a música. Até agora sem problemas.

1.1. - às vezes quando passo na rua, ou num centro comercial, ou em qualquer outro lugar, deparo-me com angolanos. Não residentes. Aqueles que vieram fazer compras, ou simplesmente passear. Mas esses são 50% dos que causam barulho nas ruas da cidade. Sei perfeitamente, esse espírito de "alegria" e confusão que todos nós temos, não tenho nada contra isso. Mas realmente esses que falam mais alto do que os normais barulhos da cidade estragam a imagem de todos. Por exemplo uma pessoa paífica será incluida nesse grupo. Como acabar com isso? Boa pergunta.

2. Fenómeno "Gasosa". - Era Junho. Paro o carro na estação para abastecer. Peço para que o homem abasteça com 100N$ de gasolina. Ele fá-lo, eu entrego-lhe o dinheiro, em seguida sou surpreendido por um pedido num português partido:
"Kerro gasosa!"
Oh meu Deus! O que foi que ele disse!? Eu não tenho sotaque que me identifique tão rápido assim! Como é possível??? Penso rápido. Viro-me para ele e digo, com cara de quem não entendeu nada:
"Sorry, bra, ek praat nie Portuguese!"
(desculpe, não falo português, em Afrikaans)

O homem não esperava, mas viu para a minha cara(que centenas de pessoas confundem com namibiana), e deu-me um adeus.
"Sorry, bra! Tot siens!"

Pronto, fugi dessa. E os milhares de angolanos que foram "apanhados"?

Mas a pergunta não é essa. Onde é que os namibianos aprenderam isso? Com quem? Será preciso responder a isso?
Quem foi que introduziu esse verme na sociedade namibiana, até hoje não sei.
Cartazes, publicidades com a escrita "Say NO to bribes" são expostos em todo o lado. Mas mesmo assim a malta daqui aprendeu "connosco". Há meses conheci alguém que tratava cartas de condução clandestinamente. Angolano. De onde começou isso? Triste saber que as porcarias que o nosso país tem já foram contaminar Namíbia. Cá vai um conselho: afastem-se de pessoas desse tipo, porque graças a esses fenómenos, a polícia namibiana e os serviços de migração locais andam atrás dos angolanos sempre. Por um pagam todos... Em Maio eu estava a falar ao telefone, eram 22:15... Fui interrompido por uma forte batida na minha porta. Eu pensei: "É o meu vizinho Adérito, que tem esse mau hábito." Dei uma olhada através das cortinas e surpreendi-me. Não era o Adérito. Eram 3, 4... Sim, 4 agentes da polícia:

EU: 'Evening, officers, how can I help you?
AGENTE: Are you... Fonkessa?
EU: ???
AGENTE: Fonkessa

O homem foi corrigido por uma colega dele:
ELA: Is not Fonkessa, is Fonseca...
AGENTE: Ok.
AGENTE: Are you Fonseca?
EU: No.
AGENTE: Please show me your ID
EU(a tremer): You are scaring me, guys!

De facto eles estavam a me assustar pois estavam todos a pressionar-me psicológicamente e os olhares deles não eram bons, não. Trouxe o passaporte.

EU: Take a look. I'm Agostinho, not Fonseca.
AGENTE: Who is this Fonseca?

Aquilo ia me fazendo rir. Eles é que estão a procura, perguntam se eu sou o tal Fonseca e agora perguntam-me quem ele é.

EU: I don't know! Can I have my passport now?
AGENTE: Yes. Thank you.

Nunca soube quem era o/a Fonseca. Eles procuram pelo último nome, e dificultam as coisas para eles mesmos. Porque a rapariga com quem eu falava pelo telefone é Fonseca.

Há um edifício residencial no bairro chamado Hochland Park(que traduzindo de Afrikaans para português significa Parque da Terra/Nação), em que a maior parte dos residentes é de Angola.
Ao se entrar para o edifício, vem aquele clima familiar de muito barulho e essas cenas todas. Mas lá está o ponto negativo da situação. A migração namibiana está sempre de olho naquele prédio. Por favor digam-me o que vão pensar os outros acerca dos angolanos, do jeito que está a situação?

Quero com isso tudo dizer, queridos irmãos que cá querem estudar: não misturem-se com todo o tipo de gente.

3. Fenómeno "rico". - Aqui, ambos estamos errados. Angolanos e namibianos. Ao virem por uns dias e fazerem shopping pelas lojas de Windhoek, certas pessoas tendem a andar com muitos sacos e sacolas duma só vez. Mas não é esse o principal motivo que me fez abrir o tópico.
Há, entre muitos, pessoas que mostram notas de dólares americanos e namibianos por tudo quanto é lugar. E como disse atrás, os dólares americanos são proibidos por lei, aqui, de circular nas ruas. Reservam-se exclusivamente aos bancos e casas de câmbios. Portanto raros são os namibianos que pelo menos uma vez viram uma nota de dólar americano. Por essa razão, estes pensam que essas notas são exclusivamente para ricos e milionários - pelos clipes musicais que vêm nos canais americanos e sul africanos, é essa a conclusão a que chegam.
Com os angolanos a mostrarem(sim, mostrarem mesmo de propósito) essas notas, automáticamente são vistos como milionários. E depois vem a parte mais desagradável. Eles generalisam as coisas duma maneira impressionante!!

Por exemplo, eu uma vez estava numa loja a procura de uns discos...
Uma vez no caixa, a registar os CD's que adquirira, e depois de ter pago, o teller disse-me num tom sarcástico:
"Also give me some dollars!"

Outra vez, uma conhecida minha abriu um diálogo comigo:

ELA: I like my country. But I want to go to Angola.
EU: Ok, go ahead, it's a nice country to visit.
ELA: No, I don't want to visit, I want to work there.
EU: Why?
ELA: To earn millions of US dollars, and then, to come back and show my banknotes to everybody, just like you angolans do!
EU(a pensar: oh, que parva!): But we don't recieve our salaries in USD. We exchange Kuanzas for USD just because we are coming to Namibia. Do you guys accept angolan money?
ELA: Oh... You're right. No.

E é assim que pensam muitos deles.

Chato ser visto como alguém que não sou. Eles têm complexo de inferioridade, ou inveja, perante nós, por outro lado nós os angolanos - complexo de superioridade e ignorância.

Fiquem bem.


Dificuldades enfrentadas

Para residentes, estudantes, e aqueles que pretendem sê-lo aqui. Pois os visitantes pouco ou nada irão sentir.

A primeira delas é a implantação nos círculos sociais do país. A malta daqui não tem nada a ver com os comportamentos da malta lusófona. Nós temos sentido de humor muito aberto, fazemos amizades rápido. Principalmente angolanos e brasileiros. De outros pouco sei.
A separação entre pessoas de raça negra e branca, infelizmente, ainda se faz sentir muito aqui. E apesar de ser invisível a olho nú, para os que estão dentro, é mesmo muito visível.
Há sinais de racismo, e tribalismo por tudo quanto é canto.

E discriminação também. É dela que vou retratar agora. Por isso aconselho-vos, caros amigos da PALOP, especialmente os angolanos, prestem atenção e tenham cuidado:

1. Ha uns anos atrás, alguns angolanos introduziram no país uma má fama por serem barulhentos, atirarem lixo para o chão da cidade mais limpa de áfrica, e denegrirem os próprios namibianos.
Já os locais por sua vez, adquiriram um complexo de inferioridade perante os angolanos, e criaram um ódio que fá-los descriminarem-nos.
Por exemplo, ha umas semanas atrás, conseguiram roubar-me o telefone. Eu fui à Polícia para fazer a queixa. Foi essa a conversa que tivemos:

EU: Good afternoon, please I would like to report a stolen cellphone.
AGENTE: OK, please can i have the documentation and the package of the cellphone, and your ID?

Eu não tinha nada disso pois havia adquirido o telefone na Rússia há mais de um ano.

EU: Well, I bought it in Russia, a long time ago, so I don't have the stuff.
AGENTE(em tom exaltado): Oh, where are you from?
EU: From Angola.
AGENTE: Are you "angolian"(eles dizem angolian em vez de angolan. Pensam que é como namibian)???
EU: Yes, why? I'm from Angola, yes...
AGENTE(em tom arrogante): Sorry, we cannot help you. Next please!
EU: But, lady...

Fui interrompido:

AGENTE: Sorry, I said I can't help! Have a nice day.

Aquilo deixou-me sem norte. Fui discriminado no edifício da Polícia Namibiana, sem ter como me defender, sequer!!!!

Bem, agora já sei. Não posso ir para a polícia com o risco de ser preso por ser angolano.

Tenham cuidado, principalmente com a malta de tribo Owambo, eles são muito separatistas. Todos o são nesse país. Mas no que diz respeito à discriminação dos Angolanos, esses estão no topo da lista.

sexta-feira, agosto 21, 2009

Onde viver???

Aos que vêm para cá com familiares, ou encontram-nos aqui, esse post é um tanto desnecessário, embora possam o ler também. Destina-se mais aos que pretendem viver sozinhos, ou em comunidades mais conhecidas por "repúblicas".

1. Individuais. - a melhor coisa a fazerem, ainda antes de virem para cá, é de encontrar contactos de confiança, que vivam cá há muito tempo. E que sejam realmente de confiança. Foi assim que eu procedi. Façam-no ao menos dois meses antes da viagem.
A pessoa vai se encarregar de encontrar um local para se hospedarem, e talvez viverem durante o tempo que tiverem de ficar cá. 4 anos, mais ou menos.
Porque se for tudo feito duma vez, por exemplo subirem no avião sem saber de nada, será bastante duro. Tenho um colega que teve de ficar durante duas semanas num hotel porque não encontrava casa. Chato, não é?
Uma vez tendo o lugar para viver, podem considerar que o principal problema foi solucionado. Boa sorte!!

2. Repúblicas. - Designação para um grupo de pessoas (entre 5 e 15) de diferentes círculos sociais a partilharem a mesma casa, tendo esta um líder que distribui as funções para cada membro. Funciona como família. Há que ver com quem a pessoa se mete, pois às vezes esse esquema não resulta, e consequências graves emergem.
Uma república tem que reunir pessoas que partilhem interesses, carácteres e comportamentos semelhantes. Geralmente há que saber quem é quem, estabelecer limites para com eles, e, obviamente, para com vocês mesmos. Eu pessoalmente não optei por isso, porque vive ao meu lado uma república que não é nada bem gerida.

Sem fazer nada?

Hoje é sexta feira. (In)felizmente não sou nenhum turista. Por isso há que ver para onde ir, e quando ir.
Acordei às 9:50. Hoje não tenho aulas. Estou livre. Mas como já disse nuns posts mais abaixo, que não consigo ficar muito tempo parado sem fazer nada. Agora estou a tirar uns minutos para escrever esse post. São agora 13:08.
Desde que acordei, nada fiz. E isso me põe maluco. Não posso gastar dinheiro em viagens de fim de semana prolongado. Há que poupar de tudo. Infelizmente eu não tenho visto de trabalho, por isso não posso fazer nada a não ser esperar pelo apoio dos pais em Angola. Há vários biscates que se pode fazer por esses lados, mas ainda não tenho carro, elemento essencial para tal.
Cá vão dicas importantes. Se vocês são como eu, que não toleram ficar parados, façam o seguinte:
1. Deiam uma olhada pela casa em que moram. Está suja? Há uma meia por baixo da mesa? Umas mgalhas ao lado do computador? Peguem e façam uma limpeza. Liguem uma música (não muito alta, porque por lei aqui é proibído).
2. A casa está limpa, isso é bom. Vejam o que podem fazer em relação à escola. Há tarefas, peguem e façam. Isso vai fazer o tempo correr até o ponto desejado.
3. Peguem um par de patins e deiam um passeio de uma hora pelo bairro. Cuidado com o sol.
Agora são 13:13, e eu vou almoçar. Depois de mais 3 horas terei a seesão de treinos. A roupa está a lavar, nada mal para uma sexta-feira de preguiça.

Há sempre outra variedade de opções, mas não aconselho muito os Shopping Centers, porque lembrem-se: vieram para estudar, não para fazer compras.

quinta-feira, agosto 20, 2009

Quinta-feira à noite

Estou cansado. Cheguei há uns minutos da escola. São agora 20:11. É directamente do ginásio para a universidade, e agora estou confortavelmente no meu quartinho. A comida está quente e pronta para ser "comida". Ainda tenho que tomar um duche, depois vou comer.

Gerir o dinheiro

As tentações são demais. Os preços são bruscamente mais baixos em relação aos nossos. A não ser que já estejam acostumados com esse estilo de vida.
Não comprem o que vocês acham desnecessário. Não é necessário ter dois telefones. Eu pessoalmente uso dois, mas não porque necessito. Porque o outro foi uma oferta. E aliás um deles foi roubado. O meu smartphone Samsung, que eu tanto amava. Pronto, fiquei com o simples NOKIA. Olhem, até tem visor a cores!!! :D

Comida: façam um stock de produtos não perecíveis. Gastem 1000N$ para comprar comida básica. O resto que venha com o tempo.
Tenham sempre arroz e sal em casa. Há sempre casos em que os bancos não aceitam transferências de Angola. E o dinheiro pode escassear. Até ha bem pouco tempo eu estava a me desenrascar com 40N$. Não é assim tanto como pensam. Mas tinha comida de reserva e foi isso que me safou do buraco. E depois estou em fase de recuperação do peso, se ficasse sem comer durante um tempo seria uma desgraça.
Não gastem em saldo desnecessário. Precisam ligar para Angola? Não há melhor escolha que o TeleSwift, FlexiCard ou TeleCard, todos esses, serviços da Telecom Namibia. Muito mais baratos do que as ligações directas de telemóvel para telemóvel. Antes mesmo de se instalarem, sigam esses passos, vão ser felizes.
Tenho aqui a lista de coisas e gastos considerados banais, que provàvelmente alguns de vocês têm, ou "querem" ter:

- um relógio mais caro
- um novo telemóvel (mesmo já tendo um bom)
- jogos para para consolas de videojogos - eu pessoalmente tenho uma Xbox que tem jogos estacionados. Aquilo foi emoção... Hoje não meto esses jogos a lado nenhum.
- um jantar com um par - sim, podemos, mas nem sempre.
- discotecas e bebidas
- um rato sem fios para o computador
- um cartão de 8Gb no telemóvel. Sei muito bem que não vão usar esse espaço todo
- um pacote de batatas fritas. Esses 8N$ um dia vão servir.
- uma Pizza ou um prego meal da Nandos. Vá lá, cozinhem em casa, com esses 50N$ faz-se muito.
- para quê um novo computador, se esse já serve para as coisas.
- dois videogames. Será que precisam mesmo?
- televisor muito grande. Vocês querem vir para estudar, não para ter um Home Cinema. Ou estou enganado?
- Outras coisas que me passam pela cabeça

E o meu arroz já está quase pronto! LoL :)

Gerir o Tempo

São 14:17. Estou com fome. Cozinhei a galinha de manhã. O arroz ainda não está pronto. Saio das aulas as 14:00, e volto às 17:30. Para depois sair às 19:30. O horário nocturno calha com os dias de ensaios na agência de modelos. O que faço?
Depois vem o ginásio. Estive doente há dias e tenho que recuperar o tempo e o peso perdido. Como então fazê-lo?
Normalmente cozinhava à noite, porque não havia aulas naquele período. Agora chego cansado a casa, e ainda tenho que cozinhar, comer, lavar-me e rever as tarefas. Oh, e a organização da casa não escapa. Tudo junto. Para uma só pessoa. E será assim também com vocês que tendem a viver sozinhos. Lembrem-se, não se apoiem às costas dos responsáveis por vocês porque eles também têm as vidas deles. Façam as coisas sozinhos, saibam gerir o tempo.
E a água do arroz já começou a ferver. :-)


(Editado ao 21 de Agosto)
Como gerir o tempo? Pareço ter muito pouco!!!

Boa pergunta.

Para os que acordam cedo, essa tarefa aqui será fácil. Mas acordando cedo ou não, se pegarem no computador e passarem o dia na Internet, e 5 minutos antes da aula lembrarem-se que há roupa por engomar, não estarão a fazer nada. Os preguiçosos, vamos, tenham o hábito de levantar o mais cedo possível. Aqui a hora muda com o mudar das estações, por isso, vejam lá, não apareçam na aula de segunda feira às 8h, porque pensam que são 7h....
Eu pessoalmente levanto entre as 6:00 e as 6:30. Aqui, o famoso provérbio "não podemos fazer duas coisas ao mesmo tempo" deixa de valer.
O meu hábito diário é de logo após acordar, beber dois copos de água morna, sentar-me na cama durante 15 ou 20 minutos, depois disso, ter uma sessão de treinos: 150 elevações de braço e 30 levantamentos com ferros. Uma sessão de 15 a 25 minutos. Isso é para manter a boa disposição e a postura física erecta durante o dia. Eu não sou o Rambo, nem um grandalhão, mas me contento com o meu corpo.
Enquanto treino, a água está a aquecer. Eu por hábito como cereais, aveia e/ou abacates ao pequeno almoço. Isso me dá energia. Aos que gostam de sandes, também bate. Mas não se deixem levar muito por isso, clima novo, procurem comer saudavelmente.
Enquanto como o pequeno almoço, vejo o Bom Dia Angola (nem sempre). Há aqui acesso aos canais da TPA via satélite.
Começo a estudar às 9h. Enquanto como, às vezes preparo o almoço, prèviamente temperado na noite passada. Às vezes cozinho mesmo na noite anterior. Ao chegar da escola, às 13 e tal estou com fome, e ao cozinhar nessa altura, perde-se precioso tempo. E peso também. O meu metabolismo é hiper-acelerado. Comi bem às 20:30. Agora são 22:41 e já estou com uma fome ridículamente forte. Estou a mastigar uma sandes com manteiga de amendoim e um copo de leite. Isso vai me segurar até o resto da noite.
Voltando ao assunto. Procurem escolher a roupa e o calçado no dia anterior. Engomem à noite. Deixem a televisão de lado. Eu tenho vindo a praticar isso desde a minha infância, mas há quem não tenha esse hábito.
Saibam o que irão cozinhar antecipadamente. Evitem comer em restaurantes. Principalmente aos homens. Não sabem cozinhar? Aprendam o mais depressa possível. Durmam cedo. Obviamente depois de fazerem tudo o que tinham. Isso para quem calhe com o período lectivo matinal, como o meu. Parece incrível, mas hoje, antes das minhas aulas de manhã eu tenho tempo para uma partida de FIFA 09... A princípio parece complicado e até engraçado, mas isso era só um exemplo de que é possível, em 2 horas fazer o maior número de coisas juntas. Enquanto tomam banho, o almoço está no fogão quase pronto.

Para os que estudam à tarde... Bem, é quase a mesma coisa. Acordem à mesma hora, não se levem pelo "estudo à tarde, posso levantar-me às quinhentas". Façam tudo o que puderem de manhã. Façam o almoço e o jantar também. Preparem a roupa para o dia seguinte. Tudo com antecedência. Pensem que vão a uma reunião presidencial todos os dias, e metam na mente que não podem atrasar, nunca. À tarde tem as aulas. Depois venham para a casa e procurem descansar o mais que puderem.

Dúvidas? Enviem-me um e-mail.

quarta-feira, agosto 19, 2009

Experiências vividas ao longo da jornada




University of Namibia -UNAM
Vistas do campus da universidade


A universidade é grande. Campus vasto e bem organizado... Tal como o resto do país.
As aulas prosseguem. A princípio seriam 4 horas por dia, e 16 horas por semana. É intensivo, e realmente é muito tempo. Fui entrevistado, e entrei para o intermédio. Para o básico era impossível, e o avançado na altura não estava disponível. Mas o rítmo das aulas vai muito lento. Primeiro porque o tempo inicialmente proposto não era aproveitado, e porque o sotaque da nossa professora não favorecia para quase principiantes. Era a primeira vez que efectuara contacto directo com o idioma, e era mesmo difícil. Mas depois fomos nos acostumando, e claro, aprendendo. Mas eu próprio notei que o progresso era pouco... Até resolver convidar para a casa uma amiga que havia conhecido antes (eu sempre digo. Não falas, nunca aprendes... a fazer nada!)... Com orgulho posso afirmar que numa tarde de convivcência, eu despertei em mim aquilo que abre o caminho para a actual fluência! Naquele dia aprendi mais do que em 2 meses!

Para vocês que anseiam vir para cá, ou mesmo para um outro país anglófono, saibam. Se não conversam, nunca vão atingir o topo. E por favor, leiam todos os posts, desde os mais antigos, até os mais recentes, porque em cada um deles eu partilho uma experiência característica.

Mulheres e Armadilhas

Para os que vêm aqui pela primeira vez, especialmente os homens, aviso para vocês. É muito bom quando as damas andam atrás de nós. Mas aqui exageram, e fazem de tudo para terem uma relação sexual connosco. E mais: Namíbia tem 24% da população infectada com HIV. E por isso quero que tenham cuidado. Mas muito cuidado mesmo. Não sabemos quem é quem.

Abril - uma rapariga de repente e do nada liga para mim. Era uma garçonete do restaurante Cattle Baron que eu "conheci" ao almoçar uma vez lá, e que havia ficado com o meu número de telefone, mas nunca havia ligado depois disso. Lá estava ela, Janet, com aquele sorriso dos garçons, que queria marcar um encontro, digamos forçado comigo. Pressionou-me psicologicamente para ficar a conhecer a casa em que eu vivia. E de facto conseguiu fazê-lo, pressionou-me. Continuou a pressionar-me até conseguir ser minha "namorada". Assim ela dizia, e de facto começava a me encantar.

Não vou meter mais detalhes sobre esse assunto, mas hoje escrevo com todas as palavras e certezas. Não caiam em armadilhas como essa, digo eu graças a DEUS escapei por pouco do pior que haveria de acontecer. Se ouvirem esse nome por aí a tentar vos seduzir, por favor corram para longe. Ela é humana, mas os problemas que ela acarreta, tenta atirá-los para as costas dos seus parceiros. E arranja um novo parceiro muito rápido realmente. Nem um mês depois de eu encontrar um bom motivo para cortar a relação, ela já estava lá, com uma nova vítima nas garras. E ela chama-os de "amor", o que é de facto um tanto esquisíto... "Amor, onde andas?"

Resumindo: cuidado com as raparigas namibianas. Ou melhor: cuidado com as que andam aqui. Na sua maioria vimos a viver sozinhos aqui, e as tentações toram-se maiores devido à falta de controlo e orientação dos pais.

Ocupações

Nas primeiras semanas, eu acordava, e sentava-me no quintal. Pouco a pouco a cara começava a ficar trancada e azeda. Tudo porque eu não consigo ficar sem fazer nada. Não consigo mesmo. Faz parte da minha natureza. Se vocês são como eu, cedo vão se aperceber do que falo. Há pouca diversão aqui (não falo das mulheres, porque só as lojas vão vos entreter durante um bom tempo, sem querer ser machista.), portanto logo que puderem, e dependendo das vossas condições financeiras procurem o maior número de coisas para fazer. Gostam de viagens? Há muitos lugares para ir fazer turismo. Vão a um safari no Okapuka; fica somente há 30km da cidade de Windhoek; gostam de quadbikes? Vão a Swakopmund; ou ainda ao Parque Nacional do Etosha. Se preferem ficar pela cidade, há inúmeros cursos adicionais por se fazer. Querem ficar em forma, ou já treinavam em Angola/CPLP? Há a cadeia de ginásios Nucleus, ou o Virgin Active, o mundialmente conhecido. Eu pessoalmente entrei para mais um curso, para o ginásio e uma agência de modelos. É básicamente o que eu fazia em Angola. Agora tenho todo o dia ocupado, e assim sinto-me melhor.
Todavia, se não fazem esse tipo de pessoas, se preferem relaxar à sombra da árvore que está no quintal, também é uma boa opção, embora não seja saudável. Comprem uma bicicleta. Um par de patins. Em todos os subúrbios há lugares para esse tipo de recreação.

Escolas

Há várias opções para todos os gostos. Se já falam inglês, ok para vocês. Se ainda não, há inúmeros sítios em que se pode fazer o curso. Eu aconselho vivamente o intensivo da University of Namibia UNAM, por ser o mais prestigiado, ter mais horas lectivas e por estar lá pessoalmente. Há a International University of Management IUM e a tal cujo nome me é desconhecido, mas que ouço chamarem-na de "Escola da Dona Ruth". O nome diz por si. A dona da escola é portuguesa, ou angolana. 90% do tempo é usado para falar o português. Meus caros, se assim pensam que vão progredir... digo eu que o farão muito lentamente. Conheço muita gente que saiu com um diploma mas não fala como devia falar.

E por favor, evitem o português aqui nesse país.

domingo, agosto 16, 2009

Primeira semana, impressões


Era 26 de Janeiro. 6 horas da manhã. Num novo sítio, eu sempre acordo cedo. A diferença horária com Angola é de uma hora de Setembro até Abril, e o resto do tempo, a mesma.

Lá estava o Ricardo à porta. Eram 9 horas, e tinhamos que sair para trocar mais dinheiro e começar a tratar da papelada para a escola. A vida continua, aquilo não são férias, é uma nova etapa na minha vida.
Primeiro era passear pelos Shoppings. Meu Deus, eu não sou mulher, e não vou comprar nada assim tão depressa, por isso aquilo não era a minha prioridade!!! OK, eu havia deixado o meu Rolex em Luanda. Vem um Casio. Por 600N$. E uma camisola. E outra. Nada mais.
Não me lembro o que veio a seguir, mas eu apreciava a cidade de todas as maneiras possíveis. Limpa, organizada, sem tráfegos infernais. Muito bom. Nem parece África. Cidade mais limpa de África: Windhoek
Vários pontos da cidade. Tirados entre 26 de Janeiro e 1 de Fevereiro

O páis possui duas operadoras móveis: a MTC e a CellOne, esta última sendo a melhor, a mais nova, mas a outra ser mais popular. Tanto que eu tive que comprar um outro SIMcard.


O país depende quase na totalidade da África do Sul, todas as lojas, marcas, instituições são sul-africanas Há as locais, mas essas não têm peso sobre o país.

Cidade pequena. 6 vezes menor que Luanda. Cedo vou me aborrecer.
Oh sim, comecei a emagrecer. A comida daqui não é como a de Angola... tudo crescido em estufas, e um sabor totalmente diferente.
E mais, no quarto dia aventurei-me a sair do sítio em que vivo até a cidade a pé. Aquilo me levou uma hora até atingir a cidade. Sob um sol escaldante, quase sem núvens no céu(veja a segunda foto).
Depois voltei e atirei-me para a piscina que ainda não estava pronta para uso... tinha cloro em altas proporções... Resultado: olhos irritados, pele irritada e uma febre que me levou mais quilogramas ainda... Boa mistura que me trouxe febre. Mais um erro. Mais uma lição na Namíbia.
Agora estou recuperado, naturalmente...

Nos dias que se seguiram era correria para tratar dos papeis, fazer as autenticações, e claro, habituar-me ao novo estilo de vida. Sem esquecer-me de que agora tenho um novo vizinho: o Adérito, que eu chamo de "Caenxe", porque de facto ele é culturista. E também agora descobri que ele é da mesma cidade natal que eu, Gabela, e tem ligações familiares comigo... Que conscidências... E agora também somos colegas de sala. Tudo junto, agora imaginem o tamanho desse país!!!

Nada de especial aconteceu nos dias em que se seguiram, mas a emoção que eu tinha, combinada com a diferença de preços com Angola, fez-me muito cedo gastar muito dinheiro, de maneiras que eu já estava a entrar em histeria quando descobri que só tinha 100N$ na carteira. Tinha que aprender a gerir o dinheiro. Clique aqui para saber como.
(...)

Primeiro dia



Bem, estou um pouco atrasado... Na verdade estou 7 meses atrasado. Deixem-me apresentar-me primeiro: Sou Edson, mas carinhosamente tratam-me por Eddy, Nicolay ou os dois juntos, tenho 21, angolano, vim para estudar inglês na Namíbia. Parece fácil, mas não é. Podem crer, não é nada fácil. Espero que depois de lerem isso, e os que desejam vir para cá, aprendam com os meus erros.

25 de Janeiro de 2009. A tão aguardada viagem realiza-se, e depois de 2 horas de atraso no Aeroporto Internacional 4 de Fevereiro em Luanda, 30 minutos de escala no Aeroporto do Lubango, e 2 horas e tal no ar, aterro em solo namibiano. Lá está ele, o Aeroporto Internacional Hosea Kutako. ao sair do avião, uma brisa seca e quente bateu no meu rosto. Clima desértico, há que se esperar muito disso. Era a primeira vez na Namibia.
Sou reconhecido pela pessoa que seria o meu guia nos primeiros dias, Ricardo. 1.85m, como dizemos em Angola, "forte" (expressão para caracterizar uma pessoa com uns quilos a mais):

RICARDO: Edson?
EU: Sim. Ricardo? Muito prazer.
RICARDO: Espero que a viagem tenha corrido bem, bem-vindo à Windhoek.

Percorremos a uma velocidade média de 100mph (160km/h) a via que separa o aeroporto da cidade. Ele era um louco por velocidades, disso eu pude notar logo logo. Oh sim, e uma sensação desagradável, estar a uma velocidade muito alta do lado esquerdo da via. Tenho aí uma das fotos que pude tirar:

Era sempre a impressão que ele estava em sentido contrário... Mas não. Nesse país o tráfego é do lado esquerdo, tal como na Inglaterra e no Japão. Nunca antes estivera num país onde se anda do lado esquerdo. E foi difícil me habituar, porque várias vezes escapei ser atropelado nas ruas da cidade...

Depois de deixarmos as coisas no quatro em que me hospedei, o primeiro lugar em que paramos foi a casa dum maliano(pode até ser doutro país) para trocarmos dinheiro... Era domingo e as casas de câmbio estavam fechadas. Depois, para uma estação de serviço(bomba de combustível BP) para comprar um SIM card, eu precisava dum número de telefone aí. Nada de contratos, nada de taxas(1), tudo na hora. Toma lá, dá cá. 25 dólares namibianos pelo cartão SIM e crédito adicional de 5.

A seguir fomos ao restaurante... Ocean Basket, só servem vegetais e mariscos... nada de carnes... A primeira coisa que me impressionou foram os preços. 194 dólares namibianos(ou rands), o equivalente na altura, a 20 usd. E o tamanho do prato que eu escolhi... Desculpem, não era prato, era uma bandeja de exatamente 40cm de comprimento contra 23 de largura, repleta de mariscos. Lembrei-me da recém-deixada Luanda, onde um "prato" desse tamanho custaria não menos de 8000kz.
Depois, ao supermercado. Coisas básicas, e apesar de baratas, foi aí que cometi o meu primeiro erro: deixar-me levar pela entação. Lembro-me o que comprei me ficou por 500 e tal N$. Pronto, já chega para uns dias.
Era tarde, hora de me acomodar num novo país. O aluguer do quarto em que eu estou até agora: 3500N$ por mês. Isso são 300 e tal USD. A casa tinha segurança de primeira classe, piscina, toda acabada e mobilada, com toda a loiça e detalhes incluidos. Até tem um limoeiro, que me poupa as despesas! Paguei o aluguer, e comecei a me instalar.
A primeira reacção que tive foi à água. Nível de dureza muito elevado. Eu podia até sentir o gosto dos sais nela. Isso sim, era desagradável. Até hoje não me habituo com ela. Depois era na hora de comer. O fiambre e o pão tinham um sabor incrívelmente estranho. Não comi aquilo e tentei aquecer o leite, que também era um bocado estranho. OK, é um novo país, fazer o quê?
O dia acabou daquela forma.

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(1) O "nada" de taxas, referia-me à simples adesão dum número pré-pago sem ter de assinar e pagar para assinar. Na verdade aqui existem taxas para TUDO, até no simples introduzir um cartão de crédito no ATM. Portanto se já estiverem aqui e ao levantarem dinheiro a partir dum caixa virem que o valor baixou muito, não foram roubados. É a taxa adicional de 5, 10 e 15%, chamada VAT. Em todas as facturas aparece isso. 15% VAT.

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